Jornal Regionalidades

O município de Presidente Kennedy, sob a administração do prefeito Dorley Fontana, encontra-se no centro de um escândalo que expõe um esquema criminoso que pode ter desviado mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos municipais. A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), revelou uma complexa rede de corrupção que envolve autoridades e empresários da região, com ramificações em outras cidades do Espírito Santo.

O caso ganhou notoriedade quando Welton Costa, um lavador de carros de Marataízes, veio a público denunciar que seu nome foi utilizado para a abertura de uma empresa que serviu como fachada para receber pagamentos fraudulentos da Prefeitura de Presidente Kennedy. Welton, que afirma ter sido usado como “laranja” no esquema, relata que a empresa em seu nome movimentou quantias exorbitantes, valores completamente incompatíveis com sua realidade financeira.

Segundo Welton, o esquema foi orquestrado pelo procurador do município de Presidente Kennedy, Rodrigo Lisboa, e pelo empresário Léo "Goela" Rios. Ambos são acusados de coordenar a operação que desviou milhões dos cofres públicos, utilizando a empresa fantasma registrada em nome de Welton para mascarar as transações ilícitas. Em vídeo, o lavador de carros também revelou que assinaturas foram falsificadas para autorizar essas movimentações, sem que ele tivesse qualquer controle sobre o que ocorria em seu nome.

Ainda por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, Welton Costa, afirmou estar sendo ameaçado de morte, em uma tentativa desesperada de silenciá-lo. O conteúdo das mensagens, enviadas via WhatsApp, reforça a gravidade da situação e a possível participação de figuras “poderosas” na tentativa de encobrir o esquema.

O Relatório Draco confirma as denúncias de Welton e aponta uma lista de suspeitos que se beneficiaram diretamente do esquema. Entre os nomes estão o empreiteiro Léo Goela, o fiscal de contratos, Carlos Henrique Lana, e até mesmo o próprio procurador Rodrigo Lisboa. A operação já apreendeu documentos e valores em Presidente Kennedy, mas as investigações continuam, e todos os envolvidos estão sob a mira das autoridades.

O escândalo de corrupção em Presidente Kennedy não é apenas uma questão de desvio de recursos públicos; é um caso emblemático que revela a vulnerabilidade das estruturas governamentais frente à atuação de organizações criminosas dispostas a tomarem o poder a qualquer custo. Com mais de R$ 200 milhões em jogo, o esquema desmascarado por Welton Costa e detalhado pelo relatório da DRACO coloca em xeque a gestão Dorley Fontão e levanta questões cruciais sobre a integridade dos responsáveis pela administração pública em pleno período eleitoral.